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Boas Vindas!

Rêverie - Uma Introdução em Trocadilhos Existenciais

       Caro leitor, se me permite pedir-lhe apenas uma contingência para se estar aqui:   acomode-se a seu próprio modo  enquanto aprecia sua leitura. Diante de minhas palavras e afetos, desejo muitas coisas, mas para desejá-las existe uma parte lúdica de mim que sonha por você, sonha que seja genuíno, que se escute, que um dia você possa entregar ao mundo aquilo que experiencia internamente com leveza, que as facetas da realidade possam comunicar sua presença de maneira mais branda, que o acordar seja ansiado tanto quanto o desejo de se descansar, enfim, sonha que na máxima de tudo isso, você simplesmente DESEJE !     Sonha que se você sofre, você possa sofrer menos.           Não posso omitir aqui a facticidade do mundo como se apresenta, as limitações reais que podem impedir de algum modo nosso movimento. Mas mesmo delimitado, desejo que continue movendo sua consciência, perceba, sinta... Comunique-se consigo até ...

Seriamente Lúdico - Um Fenômeno Anestésico


        Mas e quando somos lúdicos? Genuinamente, instintivamente; E quando externamos um sentido inicialmente interno capaz de provocar risos? 

        Note, caro leitor, que escrevi "capaz", destacando somente a potencialidade do afeto como ato lúdico. É possível, sim, que encontremos em nós o desejo de provocar risadas, e então precisaríamos traçar um longo caminho para compreender - se desejado o aprofundamento - qual a motivação capaz de "mecanizar" nossa intencionalidade, podar nossa espontaneidade e fazer a risada de outrem ser recebida como uma necessidade.
        Apesar de todas as possibilidades existenciais que atravessam o ato lúdico, o parágrafo anterior visa distanciá-lo da mecanização deste afeto, pois este não é o foco deste pequeno ensaio, e ironicamente, após ter aberto essa porta, peço que a deixe ao menos fechada por enquanto, pois preciso chamar-lhe a consciência para algo diferente:

        O ato lúdico genuíno, o irrompimento da criatividade através dos sentidos e significados que nos atravessam diante do mundo.
      A minha vida inteira sempre fui tomado como uma figura cômica, talvez não sempre de uma maneira positiva, mas apesar de importar e doer, não é relevante a mim mesmo; Não é relevante porque dentro do explorar das minhas intenções não encontrei a necessidade de se fazer rir, mas sim a risada genuína de situações que conversavam comigo, mesmo diante da concretude da realidade. Muitas vezes, só me cabia o espaço de rir sozinho do diálogo interno que se formava comigo, apesar de externalizado, não o via causando as mesmas risadas nos outros do que em mim mesmo.
       Explorando esta afetividade, me abrindo para a possibilidade de ser o que sou e ficando cada vez mais íntimo do meu lado lúdico, pude constatar com leveza que não pretendo levar a vida tão a sério ao ponto de não rir de aspectos que conversam com a ironia do sentido, ao mesmo passo de que nunca fui considerado ou intencionado uma séria figura cômica, comprometida o suficiente com seu papel para que fosse necessário provocar risadas, não que haja algum problema nesta necessidade...


Só se doer.
E se essa dor for um
 problema pra você.



       A sutileza de sentir o afeto está na própria manifestação dele em sua história. Não desejo a você, caro leitor, nem a ninguém, que a vida seja levada tão a sério ao ponto de que as risadas se tornem uma necessidade restrita, violenta; muito menos que não se veja sentido em entregar-se para aquilo que o faz gargalhar e presenciar descontração. Concluo aqui: nem o desejo do lúdico ou sua manifestação podem ser de fato seriamente medidos, muito menos colocados em contrapontos categóricos, este texto por si só é uma grande brincadeira;
      A questão é: o que você sente? A dor tem feito morada ao ponto de precisar buscar a risada? O devaneio? O anestesiar-se?
    Convido-lhe a mergulhar em seu próprio sentido e buscar suas angústias, afinal, até mesmo a necessidade de provocar risos, é algo genuíno... A questão é se essa necessidade é restrita ao ponto de minar sua espontaneidade, anestesiar em overdose, fechar suas possibilidades existenciais neste mundo, ou até mesmo se estas possibilidades foram fechadas por outros fatores que impedem que refugie-se em sua espontaneidade, no seu próprio sentido, seja este lúdico ou não.


 Não precisa correr de si mesmo.
Já que em nenhum momento estávamos
falando apenas de risadas.

    Se fiz sentido para você, por que não escuta uma canção?







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