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Boas Vindas!

Rêverie - Uma Introdução em Trocadilhos Existenciais

       Caro leitor, se me permite pedir-lhe apenas uma contingência para se estar aqui:   acomode-se a seu próprio modo  enquanto aprecia sua leitura. Diante de minhas palavras e afetos, desejo muitas coisas, mas para desejá-las existe uma parte lúdica de mim que sonha por você, sonha que seja genuíno, que se escute, que um dia você possa entregar ao mundo aquilo que experiencia internamente com leveza, que as facetas da realidade possam comunicar sua presença de maneira mais branda, que o acordar seja ansiado tanto quanto o desejo de se descansar, enfim, sonha que na máxima de tudo isso, você simplesmente DESEJE !     Sonha que se você sofre, você possa sofrer menos.           Não posso omitir aqui a facticidade do mundo como se apresenta, as limitações reais que podem impedir de algum modo nosso movimento. Mas mesmo delimitado, desejo que continue movendo sua consciência, perceba, sinta... Comunique-se consigo até ...

Abertura e Coletividade

   


  Caro leitor! Que bom vê-lo de volta, hoje gostaria de externalizar uma troca um pouco mais altruísta, talvez não completamente voltada à extinção ou abnegação de nosso orgulho ou forma de vivenciar, mas com alguma movimentação em torno da compreensão deste orgulho como parte integrante de uma comunidade que continuamente é atravessada por inúmeros traumas de origem biopsicossocial.

    Elucidarei aqui, em poucas palavras (e propositalmente de maneira vaga) a importância de uma compreensão que intermedie nossa necessidade interior e a homeostase em coletividade, tento sempre ressaltar que nossas defesas internas, traumas, o "não aguentar" de alguns aspectos da realidade, a falta que sentimos e todas as dores que podem irromper nossa relação de serenidade com o mundo acabam por gerar algum enfoque particular em nossa personalidade (nunca padronizado), nas coisas que aproveitamos e em nossas satisfações; É fato que nosso horizonte histórico de sentido tem um papel enorme em como vamos experienciar certos eventos, mas a complexidade destas relações é muito maior, todos reagimos de diversas maneiras diante de um mesmo fenômeno. 
    Mas se então, eu e você acessamos juntos essa capacidade diversa de experienciar de algum modo, quais lacunas tem gritado para serem preenchidas e aceitas para que possamos experienciar a aceitação do outro sem apagar a nossa? O outro tem me limitado a mesmo modo de alguma forma?

    O mundo coletivo é repleto de simbolismo e das mais diversas formas de lidar com a dor, a criatividade e a elaboração de nossas próprias questões, para acessarmos essa diversidade, é preciso trabalhar um aspecto muito importante em nossa jornada: a ABERTURA; uma abertura que pode ser dificultada pela minha própria história, pelo negar de meu espaço de sentido advindo do contexto social onde vivo e por inúmeras delimitações experienciadas como contingências (internas ou externas) para que o processo de transcender o sentido seja impedido.

    Estar em abertura, implica muitas vezes em exercitar a percepção de suas próprias mudanças, se relacionar com múltiplos aspectos da vivência que encontram os valores e pré-conceitos que trazem forma ao diálogo pode fazer com que fiquem cada vez mais flexíveis, é preciso se relacionar de maneira íntima com a própria dor de se estar em abertura. Qual o meu medo ao me abrir? Afinal, se posso em mim querer espaço para ser, o outro também pode, e mais: se este outro pode tanto quanto eu, por que me limita e enquadra de determinada forma? - ou de forma determinada.
    Adianto aqui que fazer essas perguntas, elaborar-lhes um sentido ou tentar elucida-las de alguma maneira que proporcione alívio é apenas o começo de uma longa jornada em busca do aprendizado de expressar as próprias necessidades emocionais se desvinculando do julgamento alheio e até mesmo do seu, dependendo do nome que receber a sua limitação.

    É importantíssimo refletir quais as minhas angústias ao viver em coletividade, afinal o coletivo é um espaço onde vigora a aceitação, não sendo muitas vezes vivenciado em reciprocidade; Posso dizer muitas vezes, que podemos até mesmo viver a sensação de coletividade sozinhos, com maleabilidade e respeito ao contexto do outro, por mais que não seja correspondido ao mesmo modo.

    Algo, em alguma relação, tem dificultado seu processo de abertura? Esta relação é com você mesmo ou com o outro?

    É uma tarefa árdua ter consciência das nossas próprias dores em um terreno onde o acolhimento tarda, nos sentimos perdidos e entorpecidos diante do constante enquadramento dos outros em ideais de ser, esquecendo diante de tantos julgamentos que o coletivo parte primeiro de nós; Aos poucos, perdemos o sentido do que é a coletividade ao nos pressionarmos em uma forma fabricada de ser neste mundo.

    Não deixe a luz da genuinidade apagar em seu espaço de autenticidade; talvez não seja sábio a mesmo modo, usar desta luz tão forte para cegar o outro que luta para maleabilizar limites saudáveis no espaço dele; Talvez, como dito anteriormente, isso esteja acontecendo com você? Talvez a ironica presença de alguma falta tem pesado ao ponto de restringir seu mundo em função dela? É difícil dizer, eu não o conheço querido leitor, só espero ter feito sentido de alguma forma. 

FAÇA TERAPIA.


    Se fiz sentido para você, por que não escuta uma canção?



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