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A Incerteza de se Relacionar
É um prazer revê-lo leitor, um prazer que se manifesta por mim diante da sua leitura, um potencial afetivo que tanto eu como escritor e você por leitor pode sentir ao ler esse texto; embora não saiba se vai ser agradável ou não, você pode ser afetado, pode existir uma incerteza pela possibilidade da leitura ser uma experiência agradável, bem como de que este texto possa não lhe causar ou despertar absolutamente nada, ouso indagar mais: existe a incerteza - partindo somente de mim - de que esta reflexão não seja nem ao menos lida por você. E é especialmente sobre isso que vamos falar hoje.
O movimento que acontece diante da incerteza de se relacionar fala através do ser que vigora em existência dentro de sua própria complexidade. Ao existir, sua consciência estará imbricada em seu modo de experienciar o mundo, e sua relação com as experiências coletivas é um fato inegável: é com sua tonalidade existencial mutável diante das experiências da história de vida que carrega que irá agir com algum afeto no mundo, sendo afetado de volta pela experiência que gera ao mesmo modo; É transformado por si mesmo e por sua própria responsabilidade, assim como impacta e é impactado em função dela.
É um fato, portanto, que o ser pode afetar-se mutuamente no mundo e quando tomamos este espaço como coletivo, a conexão com outras pessoas ganha um lugar de relevância por ter a mesma oportunidade de afetar; Isso tudo é meramente ressaltado para que entremos em um consenso prévio: sendo a relação humano-objeto ou humana-humana, sempre será experiencial, bem como sempre será afetada pela incerteza.
Quando vivenciamos uma conexão genuinamente humana, entretanto, o afeto é - não necessariamente real - mútuo: no começo deste texto, chamei a atenção do leitor para o despertar de um "prazer" que está para mim, real. Mas que pode nem passar perto de ser um prazer para o leitor. A questão principal aqui é que a relação genuína nem sempre é genuína para todas as partes, o afeto mútuo também é veiculado por esta idealização.
Não sei como o leitor é, não sei o que faz, não sei se posso ter a oportunidade de admirar verdadeiramente consciente quem o leitor se apresenta por ser, mas sei que me causa prazer ao ler o que escrevo. A questão que extraímos deste idealizar é que pode-se afetar-se sozinho em relação com o outro, pode-se amar sozinho, neste momento em que escrevo, o leitor tem esta capacidade de me causar algo incrível. Neste momento, o leitor tem o valor que lhe empresto no presente; No momento em que vivenciamos é real, ao menos enquanto durar. Também é possível perceber que o desejo tem um papel fundamental em como a relação vai ser vivenciada, mas esse assunto não caberia neste texto.
A incerteza de se relacionar, portanto, não abrange apenas o quanto conheço sobre o outro, envolve a ciência de se lançar à desilusão e ao reconhecimento de que, em parte, sou eu que me lanço na responsabilidade e no desejo de colocar o ser no pedestal que o coloquei. O amor e a decisão são complementos indissociáveis: quanto mais consciente estou do quanto meus desejos objetificam ou abstraem uma relação, mais posso corajosamente me despir das ilusões rumo à real face da relação que vivencio.
Sabendo da imperfeição por trás das promessas relacionais e da abertura fática por confiá-las, podemos estar conscientes do risco de nos lançarmos em qualquer relação em vida, conscientes de que o valor do outro nunca é só dele, é você que fomenta e veicula/reforça este valor, ele fala através de você sendo mais ou menos correspondente à realidade imediata. É o ser que opina, deseja, (des)conhece e reconhece aquilo que pode ou não se permitir à continuar em se relacionar, toda relação é mais do que parece, é só você quem pode decidir se vale a pena a incerteza que ela promove. Confiar é abraçar uma possibilidade imaginária, mas real, existe verdade na ilusão caro leitor, existe verdade na incerteza. Sem ela e sem o risco, como vamos chegar a algum lugar onde possamos realmente confiar com alguma previsibilidade?
Isso não quer dizer, entretanto, que caiba o investimento por nossa parte em relações que nos fazem repetidamente sofrer e não apresentam nenhuma perspectiva de melhora, a experiência de se relacionar ajuda a compreendermos onde vale a pena para "eu" como pessoa, investir energia e se esse investimento é nocivo ou não.
Assim... terapia também ajuda ;)
Se fiz sentido para você, por que não complementar nossa relação com uma música?
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